Já são escritas muitas luas...
Mais um tanto de sóis...
Nem sei mais quantos nós...
Comecemos assim.
Vivendo, aprendendo...
Nascendo.
Aí começou.
Um brilho no olhar, um sorriso, uma fralda...
E lá se vão trocadas...
Rimas molhadas.
É um aprendizado...
Fase boa a infância.
Quanta abundância!
Escrevemos em ritmo de consonância.
Aí vem a adolescência.
Lá vem advertência.
Tanta coisa, com afluência...
Segue sua vida.
Longa, difícil e complicada de escrever.
Com o verso preso...
A rima solta...
Tão longeva e perplexa.
Percebemos que o comum não nos atrai.
Acordar, fazer o raio de sol...
Andar pelas estrelas...
Essas são nossas trelas...
O sol cai...
Na garganta...
Na rima...
E na ponta da língua vai...
Vida convexa.
Estressa.
E vai assim...
Curtir a vida.
Etapas simples as iniciais.
Vivemos, aprendemos e crescemos.
E o distraído nela tropeça...
Para, olha, apressa...
Nessa etapa, vem as escolhas...
Por que não estão em folhas?
A vida crua e nua.
Devia ter uma grua.
Bater na pedra...
Quebrar as palavras...
Aprender a retrucar..
Amigos, farra, bebidas e emprego...
Cadê o desapego?
Vem a saudade...
Bonita nas poesias...
Difícil na vida real...
Chega a fase adulta...
Por que não se manteve oculta?
Surreal.
A liberdade!
Começou a descrever...
Bater...
Aprender...
Perder...
Reerguer...
A vida é a mais difícil poesia...
Temos que ter maestria.
Paciência...
Amadurecer.
E assim continua o ciclo.