terça-feira, 14 de novembro de 2023

A Janela Do Silêncio




Um dia sem ventar

Sentado a dispensar

Palavras no silêncio de uma janela fechada 

Um desfoque do foco 

Uma mudez entoada

No silêncio eu estoco

Uma lucidez mal planejada

E descubro na janela 

O silêncio da loucura almejada 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

tRaNsToRnO mUlTiVeRsO dA lOuCuRa





TiC tAc...

tIc TaC...

TIC TAC...

Tic tac, a apneia começa a tocar...

Os segundos de loucura a chegar...

Vidros quebram...

Paredes se vão...

Dores, decepção...

Não adianta tentar...

O sufuco, a raiva, a dor...vão te pegar.

Exploda as emoções...

Contenha os surtos por milésimos.

Em intervalos respiratórios, intensos e sem ar.

Os olhos ardem a insônia febril...

Um sono, um ressono, um transtorno...

Obsessivo, compulsivo...aleatório.

Uma multidão sem plateia, um oratório..

Dói na alma, enfrenta os dragões...

Suicídio compulsivo dos padrões.. 

A dor, algo que não podemos mensurar.

Alguns estão a sentir, outros estão a causar.

Fica vagando pelo corpo…

Abrindo as fendas dos multiversos dessa loucura...

De remédio em remédio…

Volto a respirar o meu sufoco.

Até me tirar do tédio…

Uma licença aqui…

Outro médico ali…

Mais doses...

Momentos intensos de alegria na tristeza...

Sorrisos macabros e sem avareza...

Indelicadeza..

Daquela nobre Realeza...

Que se diz conhecer a Razão...

Mas nunca entendeu o caminhar e a escuridão.

Como viver e dizer?

Como dizer e fazer?

Mais uma dose então...

Indecisão, insegurança...

Dos impulsos, dos choros, das dores, da incompreensão... 

Escolhas em vão.

Doenças, sequelas, choros...

Lá se vai um remédio, uma oração...

E vamos fazer o complemento da loucura.



quinta-feira, 20 de maio de 2021

Jornada Do Poema

 



Nada como um poeta perdido.

Ali, aqui, acolá...

Rio acima ele está..

Para lá...

Ele vai sem rimar.

Com traços subversivos...

Apaga o texto...escreve o céu...

Subtendido e indefinido...

Luzes...Luzes...LUZES!

Trovões solares em  nuvens aritméticas...

Foi o poema...

Descrito, transcrito, escrito...

Amassado e formado entre pontas quebradas e apagões..

Giz, borracha e canções...

E assim foi...

Ficando claro que as curvas já não cabiam no papel.

Os traços inconstantes e perfeitos, seguiam as três direções...

Cabeça, papel e coração, qual seria a mais certa dimensão?

Um arquivo fácil de achar e difícil de decifrar...

Com palavras, sílabas e ciladas...

Cada letra fazia a sua jogada...

E no final, ao encontrar um jangada...

Rimou e remou a sua entoada.

sábado, 27 de junho de 2020

Um


Um número...
Um caminho...
Um jogo...
Um estudo...
Um monte!
Um momento.
O que fazer?
Não sei ainda...
Hum, um tanto quanto...
Hum, um tanto...
São tantos uns, que eu me perdi.
Um...uns...
Uma!
Talvez se eu somar, eu encontre a forma certa para seguir...
E enfim, ir.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Efeitos Pandêmicos

Pandemia..
Monotonia...
Momento de terapia!
Acordo ainda é escuro.
Será um sonho?
Obscuro..
Me curo!
Uma borra de café...
Uma bolacha no chão...
Fui voando a pé...
No caminho da contramão.
Então...
Trim, trim!
O despertador a soar!
Já são 07:15, vou despertar!
Mas, pera...a janela está voando!
Que loucura...será que estou sonhando?
Já nem sei dizer...
Será que vou enlouquecer?
Dentro de quatro paredes em um mundo aberto...
Nem sei ao certo!
Vou ali na sala, vou ali na porta...
A parede, todo torta!
Torta...
De morango ou chocolate?
Esse relógio marca 03:20, que disparate!
Ouço uma voz...
Me chamando...
E vou, aos poucos despertando.
E percebo que ainda estou no sofá.
Com a xicará virada...
O prato caído...
Tudo agora faz sentido!
Percebi a sacada.
Sentado, dormindo a sonhar!

segunda-feira, 16 de março de 2020

Um dia de controversos


E lá vai a luz...
Raiando no infinito do escurecer...
Infinitamente infame...
No infinitivo...
Pessoal...
Impessoal...
Imperfeito...
Imerso em um dia D...
Pá...
Palato...
Palavras...
Palavrões...
Nem sei ao certo as suas razões.
Comecei as cegas a escrita de bordões...
Aí pontuando a falsidade...
Versejei a verdade...
A que a vida ensina...
E demonstra na rima...
Mas, na busca estão as palavras...
Por aqui...
Por ali...
Acolá!
Nem todas as palavras são verdadeiras...
Pera lá!
O que é, o que é?
Uma palavra qualquer.
E eu que me julguei forte...
E eu que me senti poético...
Serei um fraco quando outras delas vi.
Nesse papel, vai verso por verso..
E no controverso...
Cabe uma tonelada..
Palavras...
Algumas nem ao menos inteiras.
Pode ser uma sina...
Ou algo sem rima.
E assim foi.
Aprendi com os versos a remar...
A buscar novos ventos e poetizar.
Nesse vai e vem para cima.
Alguma história me fascina.
Ensina...
Assina...
Assina palavras e fortalece estrofes...
Nem sei ao certo se queria versejar.
Mas buscando o incerto...
Aprendi a rimar.
Aspirador de memórias...
Me roubo o aperto..
Certo..
E afrouxando as palavras...
Me dou a chave das histórias.
Que jogadas em palavras ao vento...
Vão.
As melhores que ainda serão escritas.
E quem sabe contadas, ou versejadas...
Por um louco trovador de cervejas...
E bebedor de poesias!

sábado, 18 de janeiro de 2020

Mistério Decifrável


Um estranho conhecido me falou...
Que as palavras a tempo deixou.
Buscava versos sem rima.
Baixa...estima.
Até então não entendi.
Já nem sei o que vi.
Então, corri, pulei e sorri.
O destino...
Indecifrável e complexo.
Nem em dias normais a louvar os céus.
Caí em versos de fel...
Estranho...
Entranho....
O acordo para adivinhar o nosso nexo.
Assinaturas em branco...
Em pranto...
Observe...
O que sangrará as paredes importunadas...
Serve...
Para lavar as almas calejadas.
Peça mais atenção...
Descubra o indecifrável.
Viva a cada razão.
Contemple o seu último livro.
Leia as frases apagadas.
Escreva versos.
Não leve o tempo a sério, jogue fora o relógio.
Coloque a culpa no que é bom.
Veja o que o dia te oferece.
Olhe a luz apagada no céu de relâmpagos.
Exagere, faça algo impensável.
Descubra o infinito.
Seja responsável.
Decifra o mundo.
E ensino a sobreviver...
Nesse estranho e misterioso mundo.
Em que o seu mistério é nossa maior certeza.